quinta-feira, abril 29, 2010

Novamente.

Não importava o quanto dormia, ainda permanecia cansado, sua agenda lotada e vazia claro que não fazia diferença, não era isso que lhe tirava o sossego.
Suas camisas estavam mal arrumadas, os sapatos espalhados pelo cômodo, a janela aberta e uma lua nada deslumbrante no céu, sobre aqueles dez andares era tudo que tinha.
Mesmo a palavra tudo ser algo muito relativo, não considerava quase mais nada como posse, e se apegava muito a essas poucas coisas, sim eram coisas não simplesmente objetos.
Considerava tudo aqui, e aqui tudo pode ser visto como algo relativamente pequeno, era sua morada, e era óbvio perceber que não se sentia bem ali, em pouco tempo dezenas de eventos haviam ocorrido ali, e alguns eram absurdo a quantidade de vezes que se repetiam, pagava as contas sempre atrasado, dividia o elevador sempre com as piores pessoas, que lhe fazia seriamente pensar em ir de escada diariamente, escutava seus álbuns a um som relativamente alto em qualquer horário, entre outras. Seu sentimento naquele lugar era praticamente constante também, nunca muito bom para ser franco, tanto que o lugar lhe lembrava o azul, uma cor nem sempre brilhante e alegre como o céu, para ele aquela cor lhe trazia um vazio inexplicável, mesmo de noite, jurava que que o céu continuava da mesma cor.
Era pra fora que olhava todos as noites, aquele vazio interminável penetrava suas retinas, e ali ficava, os carros passavam, ninguém andava por lá mais, as nuvens sempre diferentes permeavam entre sua mente, e parado naquela janela com os braços para fora sentia que tinha oportunidades, mas nenhum poder ainda, ou seja vazio de novo e de novo e de novo.

terça-feira, abril 27, 2010

Lógico.

Pega a caneta, solta a caneta, a cena se repete por três vezes mais…
Sentiu que o certo seria não ter pego mais a caneta, mas era claro que faria exatamente o contrário do que tinha por certo.
Errava mensalmente como se trabalhasse para isso, como qualquer ser humano se arrependia antes de mesmo fazer as coisas, e sabia que não ia deixar de fazê-las.
As cartas tinham endereço certo, sempre chegavam, algumas vezes tinha respostas, nunca resolveram nenhum problema, nem trouxe alívio que fosse, mas a sensação da ansiedade até a reposta sempre lhe era satisfatória, e sabia que pessoas reagem diferente para mesmos estímulos, ela seguia essa regra, mesmo que inconscientemente, era mágico para ele.
Pousou a caneta ao lado das folhas, não era hora para escrever mais. Não duvidava de que na maioria das vezes o que fazia surtia efeito contrário, e como assim insistia no erro, impensável.
Engraçado, a paixão lhe desmembrava, o deixava fraco, sem saber como ficaria, e nunca se indignava, preferia as saudades ao nada. De uns tempos pra cá parou de se policiar, a barba estava por fazer a mais de meses, alimentação fraca destoava com seu físico, sem muito explicar se entregava.
Seu olhar a cada dia espelhava melhores paisagens, ela com o mesmo jeans, o porto de fundo, o mar tomava conta da música de fundo, a vizinhança já reconhecia os dois ali sentados, bancos de madeira parafusados, nada mais, precisava?
Claro que não acontecia mais, as coisas rumavam para um futuro diferente, incerto, lógico. O problema era o mesmo que trazia alegria tempos atrás, assiduidade nunca estaria numa lista de aspectos ruins, hoje tinha como certeza de que mais uma vez pela última vez se sentiria da mesma forma, só. 

Lobo.

Desapontado, fora de eixo, cansado. No seu corpo os acontecimentos do ano estavam-lhe deixando marcas, isso era fato.
Os gostos musicais eram praticamente os mesmos mesmo afundado em novidades, e não era só na música que continuava constante.
Sirenes uivavam pela janela, além disso mais nada, o quarto apagado, porta fechada, janelas abertas, tudo escuro, como o teto do quarto era solidário e companheiro. Comtemplava aquele retângulo por horas, toda a noite percebia que a luz não estava alinhada e a cada manhã acordava e esquecia daquilo, impressionante, memória seletiva infeliz, disso nunca de esquecia.
Tédio, falta de interesse, falta de ar-condicionado. Naquela cidade sentia o calor de uma forma diferente, não como estava acostumado em sua cidade natal, por aqui era notável a diferença, leveza e naturalidade não existiam, tudo era pesado, mal pigmentado, corroía a pele, puros ossos advindos do dinheiro lhe diziam, claro que não discordava de nenhum deles em público, porém, frente ao espelho falava tudo o que reprimia ao longo dos dias, e como falava, sem tempo, óbvio que sentia vergonha daquilo, mesmo com portas fechadas, ele podia sim reprimir tudo com música alta, mas não o fazia, de forma clara e tranquila e repetia todos os dias após acordar, tinha que esperar o sono passar, quase nunca o tinha, não podia colocar murmúrios antes do mesmo, claro que não existia mal algum e começar o dia com eles, mal humorado só para os outros, mereciam, não, sim, talvez, quem era ele pra definir aquilo, e qual a importância tinha?
Efetivamente sabia o que era importante, olhou para sua caneca, o chá estava pelo fim, frio, e de ontem, melhor impossível. A única coisa que não lhe fazia sentido era o uivado que nunca parava, talvez não fossem sirenes, tampouco a cidade.

domingo, abril 25, 2010

Riso.

Claro que a culpa recairia sobre seus ombros, a cama continuava ali desarrumada, não tinha ela, não tinha paz, e era tão convicto disso quanto que dois mais dois seriam quatro. Convicção não lhe ajudava em nada, ficava imaginava como continuar levando vida daquela maneira, queria vê-la, não precisava ser de nenhuma forma especial, podia estar recém acordada, com cabelos desarrumados, sem alguma maquiagem, tinha a certeza que continuaria linda, além disso não esperaria menos que algumas horas, sua voz por mais que fosse contraditória, conseguia ao mesmo tempo ser doce e sutil de tal forma que mesmo que não concordasse com nada que ela dizia ao fim de cada frase assentia com a cabeça fazendo menção de compreendê-la, aquilo era único e especial nela pensava consigo mesmo.
Mente e coração convergiam em saudades, estúpido, era ótimo em começar e terminar outros romances em questões de horas por ai afora, não esperava encontrar as mesmas características em outra, simplesmente ficaria feliz com novas que suprimissem aquelas outras, vezes atrás de vezes não encontrava e voltava ao início, ao nada.
No seu relógio de bolso, sim era antiquado, não se importava, marcavam onze horas e onze minutos, lembrou-se de velhas amizades que sempre comentavam da melhor hora do dia para se fazer pedidos, uma vez que todos os números da hora eram iguais, nunca viu sentido nem nexo nisso, mas daquela vez mesmo se sentindo ridículo, fechou os dedos e os olhos, e sem mover um centímetro dos lábios solfejou o nome dela, olhou para o seu redor… nada, segurou um certo riso pela brincadeira, decidiu ir à padaria mais próxima, mas naquele ano pela primeira vez já tinha certeza o que pedir para no natal, dias melhores, ela talvez nem o bom velhinho conseguisse.

quinta-feira, abril 22, 2010

Bellum.

Não imaginava como chegaria rápido aos quarenta e dois. Naquela noite havia acordado as quatro da manhã, nenhum barulho anormal, na verdade não havia ninguém em casa, olhou para os lados, silêncio, puxou seu celular descobriu as horas e se situou um pouco, decidiu se levantar, a cabeça doía um pouco, sem hesitar tomou um pílula e ao fazer isso descobriu que estava sem água, potável, foi ao banheiro e ligou o chuveiro, quase se esqueceu da toalha, deixou que a água escorresse por todo seu corpo, mal conseguia pensar, pouco a pouco a fumaça tomou espaço de todo o lugar, aproveitou o momento escovou os dentes ali mesmo tomando banho, aquelas cerdas plásticas não eram nada agradáveis considerando os anúncios de televisão.
A sensação de frio saindo do banheiro é magistral, por mais que ele pensasse que tinha se secado o suficiente, cada gota de água proporcionava um gélido arrepio em si. Tinha dormido lendo, seu computador permanecia aberto ao seu lado na cama, mesmo sendo de solteiro, cabiam milhares de coisas ali, a verdade era que não ocupava muito espaço.
Tirou todas as coisas de cima da cama, puxou uma vez mais seu edredom sob si, o frio já tinha ido embora porém necessitava sentir algo naquela noite, nem que fosse o conforto impessoal de trezentos fios e cem por cento algodão.
Ficou surpreso tamanho a velocidade a qual adormeceu, sabia que perdia o controle de tudo mas tinha consciência que iria só assistir os eventos que aconteceriam e vivenciaria por ali, o pior era ter a consciência de que nada ali seria útil e real, e cada minuto ali não lhe era satisfatório, por mais perfeito e tangível que parecesse ser naquele espaço de tempo, não se iludia e a cada despertar sabia que cada noite não lhe garantia acesso a lugar algum.
Acordou um dia a mais, e sabia que nada havia mudado de fato, statu quo res erant ante bellum.

sexta-feira, abril 16, 2010

Rasa.

Apenas viva, apenas viva, apenas viva, já parecia não bastar, veja bem a televisão lhe dizia sempre, se entretenha, compre, compartilhe, tropicalize. Algumas brasilidades e luxos não faziam falta alguma, irresponsável era o que era, perto de seus vinte anos se orgulhava de menos coisas que efetivamente poderia.
Sentia falta de neve, sabia que estava totalmente adaptado aquele clima agora, provavelmente estava mais frio que ela própria. Do lado de baixo do equador os acontecimentos não eram muito animadores e se aconteciam, a vontade não era voltar por onde já tinha andado e feito, sentia atrelado em seu peito a vontade de explorar novas cidades, costumes, pessoas.
Estava estagnado em apenas vontades e não se movia, sentia necessidade de regresso à tabula rasa, de uma folha em branco escrever uma vez mais sua vida, não uma segunda chance, um recomeçar, na verdade agora seria mais interessante, contava com sua experiência a favor, passar pelas tentativas e erro seria totalmente revigorante, seria como uma trapaça planejada, um novo início com pressupostos totalmente egoístas, bom somente para si.
Tinha em mente que seu bem estar dependia e transpassava de si só, era óbvio que sorrisos alheios lhe alegravam, precisamente os delas. Bastavam semanas pra perder a noção do quais eram seus sentimentos e o de outras, numa mistura atrapalhada sabia que em pouco tempo teria um novo hobbie, o desafio de depender de sentimentos alheios que tanto os satisfaziam.
A folha já estava em branco, só lhe faltava a tinta.

quarta-feira, abril 14, 2010

Conforto.

Demorou mais tempo que os outros, mesmo um século depois chegou a uma conclusão óbvia, lembrar de tudo é sofrer demais, e como não seria?
Então entrou em um dilema diferenciado, como seria a partir de agora, não conseguia segurar sua língua, voltando para casa pós cada fim de noite tinha em mente que seu coração não tinha mais morada, de todos os lugares possíveis para pousá-lo grande parte estavam ocupados, distantes, desinteressados. Melhor maneira não havia de expressar seu descontentamento quando isso do que em frente ao álcool, se soltava agia de maneira não socialmente esperada, e cometia erros, erros que por muitas vezes afetou seu relacionamento com outras pessoas.
Longe de melhores dias no horizonte, não via como uma mudança de pensamentos podia mudar sua rotina, a insônia não lhe largava, os exercícios que muitas vezes o ajudaram a limpar a mente estavam cada vez mais distantes, e acima de tudo, não se sentia bem. Mas o que poderia pensar? Como e porquê? Mais a fundo ainda, por quem?
Seu calendário não importava o mês, era impressionante como continha anotações e riscos, mais atarefado que o presidente da nação, péssima comparação, sentia que nunca completaria todos os espaços da sua “to do list”.
O vento fazia barulho naquela quarta feira, as janelas batiam, contudo não estava frio, tampouco estava lhe incomodando, sabia que aquilo era inexorável à sua essência, bem quando não precisava e vice versa. Seus sonhos não lhe diziam nada, só ótimos acontecimentos que nunca ocorreriam, ou seja, seu único momento de descanso se tornou um tormento, fazia o máximo de coisas no dia, e mesmo assim não tinha apreço nenhum ao sono, dizia aos outros, perda de vida, aproveite melhor seu tempo, e resistia nisso até nas madrugadas chuvosas nas quais qualquer um se entrega facilmente ao edredom e o conforto de suas camas, acompanhados ou não.
Ele continuava insistindo em se tornar algo melhor, talvez pelas mecânicas erradas, mas insistia, lia tudo que podia, sobre os mais diversos assuntos, vivenciava o que podia, não o que queria, tudo que tinha era em si um grande afogamento de mágoas, ninguém sabia e tampouco se importava, em conversas era correto, sozinho caia em contradição, não se respeitava, e limites eram esquecidos.
Olhou para o violão, após as duas da manhã, ninguém dormiria por ali mesmo, não valia nada.

segunda-feira, abril 12, 2010

Colírio.

Mesmo sem saber, no mesmo dia ela sabia consolar e destroçar aquele rapaz, e a dor era profunda, lhe trazia vazio, desolação, um salto inesperado à dor.
Ele tinha imenso receio em ler aquelas cartas, quando chegavam corria feito maluco para abrí-las, e depois que abria perdia um certo tempo para realmente começar a ler, medo de que o frio se instalasse de vez em sua pessoa, tinha noção de que cada palavra vindo dela tinha um poder imenso em si, era refém daqueles trejeitos, da forma doce e desinteressada da parte dela. Era óbvio que para ela ele era apenas mais um, não havia outra explicação, não podia acreditar que ela fazia aquilo de pura maldade e escolhesse as palavras com um único motivo de destroçá-lo, por mais importuno e inconveniente que tivesse sido algum dia na vida dela.
Sentia que de alguma forma, se destacava da curva normal, e não sabia até que ponto isso era interessante, o homem não sabia como agir encurralado e na maioria das vezes abaixava a cabeça, permitia ser coadjuvante de um filme inexplicavelmente absurdo. Ser fantoche dele mesmo nesse roteiro, depois de tudo que tinham passado, sentia que pouco significava à ela, para ele ironicamente pouco ou nada se esquecia dos momentos juntos. Memórias assim martelavam em sua cabeça, o mundo inteiro estava a sua disposição e não era capaz de aproveitá-lo, todos os sentidos eram voltados à ela, via sua face por toda a parte, seu nariz simplesmente sentia somente aquele perfume, suas mãos não queriam perder aquela sensação de calor e conforto, nenhuma voz lhe confortava tanto, e o melhor colírio para seus olhos eram aquele sorriso.
Não via escolha se não a deixar de aceitar aquilo como verdade, nada mais lhe fazia sentido, sinestesicamente a sentia em tudo que tocava, prestes a se tornar psicótico tomou o telefone por mais uma vez e… nada fez, ajustou o despertador e deitou-se mais uma vez, seria uma noite péssima.

domingo, abril 11, 2010

Notas.

Uma última olhada antes de sair do quarto, checou com alguma pressa, parecia não faltar nada, com as malas em mãos se despediu de todos, chamou e elevador e foi embora. Ao chegar em seu carro logo sem hesitar colocou o cd que estava em suas mãos, pegou o celular com apenas uma das mãos e mandou a mensagem previamente escrita, passaria lá de uma vez por todas.
No caminho as músicas lhe faziam tão bem, flagrava seus lábios solfejando cada nota, soletrando cada palavra, quando havia chegado na rua dela, ela já estava embaixo, com uma pequena mala vermelhanas mãos acompanhada de uma mochila cinza, ele por sua vez, desceu do carro a deu uma abraço, colocou suas malas no porta-malas junto a sua preta e cansada.
Ao entrar no carro ela advertiu cautela, ele simplesmente falou que não existia nenhuma pressa, ambos rumaram para a estrada, como de costume ela falava demasiadamente sobre muitos assuntos ao mesmo tempo, ele adorava isso, tampouco se lembrava das músicas que escutava com tanta afeição antes dela chegar.
Da quarta para quinta marcha e estavam subindo a serra, a maresia ficava para atrás e junto com ela milhares de pensamentos, vontades e desejos não realizados.
Numa curva relativamente longa, pela primeira vez começou algum assunto naquela tarde, você está linda, e continuou dirigindo sem nenhuma alteração a maneira que estava guiando antes. Ela se moveu e beijou-lhe o rosto, sentou-se de volta e pela primeira vez seguia a música, enquanto ele esboçava um certo sorriso sentiu em sua perna uma das mãos dela, esperou a curva e música acabar e pousou a sua sobre a dela, continuava pequena e fria, ele a fitou por um instante no momento em que os dedos se entrelaçaram ela sorriu, não olhou para o lado como esperado, ele se policiou a fazer o mesmo, todas as músicas do álbum haviam terminado, ela olhou para ele em espera de alguma reação, ele simplesmente se faz fácil e disse, escolha qual quiser.

segunda-feira, abril 05, 2010

Sal.

“É melhor você ficar por aqui mesmo”, era o que todos os amigos lhe diziam, e talvez estivessem certos, ali perto deles sabia que não existiam muitas coisas possíveis de lhe afetar a segurança. Não estava mais atrás disso.
Sentia que possuía certa liberdade de vida, morava sozinho, e passava a maior parte do tempo consigo mesmo, não sabia se era mesmo ironia mas nem mesmo nos ônibus sentavam ao seu lado, e cada viagem se tornava mais fria, não era pela chegada do inverno ou a chuva simplesmente era ele.
Não sabia como lidar com as pessoas ao seu redor, ou pior sabia tão bem que não fazia questão disso, o problema de não fazer questão era que seus princípios batiam de frente com sua vontades. Sentia dentro de si, sua libido tinha sido esquecida a tanto tempo atrás que voltava cada vez mais grande, por instantes se deixava levar pelo seus instintos, nesses momentos de desatino era óbvio que queria aproveitar tudo que o próprio havia privado, se permitia sentir e agir à gosto de qualquer pensamento.
E claro que viveu assim por longo tempo, até os meses nos quais precedem aquele conselho de suas amizades. Não impunha mais aqueles ritmos, suas vontades estavam enterradas tão fundo que não vinham a superfície com tanta freqüência, e para ser mais franco ainda não vinham mais. Sua inabalável zona de conforto havia se esvaído de forma tão casual que levou tempo até que fosse notada, uma vez que notada lhe trazia um vazio nunca sentido antes.
A verdade é que estava perdido, voltas pelas cidade na madrugada se tornaram habituais, se flagrava caminhando pelas ruas da cidade somente acompanhado de um silêncio frio que só era quebrado pelos automóveis em alta velocidade que mal sabiam o que se passava naquela alma.
Naquela noite após três quadras virou á direita e sabia mesmo sem notar, tinha como destino a praia, a lua despejava melancolia nele, nada de poético, triste não tinha nenhuma canção de consolo pro momento, o mar tentou suprir esse papel. E ficou ali sentado de frente ás ondas de costas ao mundo, as ondas molhavam seus sapatos, como se importasse, continuou ali não mais que quinze minutos se levantou olhou para os céus, nada era óbvio que precisava de ajuda.