segunda-feira, janeiro 24, 2011

Franco.

Aquela mesma sensação de estar sozinho num quarto cheio de pessoas. Sorrir continuava fácil, nunca tinha sido o contrário, naqueles meses isso tinha sido mais recorrente que aquela sensação. Mas ela não tinha lhe largado porém não era sua, talvez nunca seria, talvez ele não merecesse ou fizesse o bastante pra isso.
As mãos estavam entrelaçadas, e era ótimo, aquele calor aconchegante continuava ali, o afeto trazia consigo um pouco de tranqüilidade pra ele, mas o mesmo tinha muita cautela com essa mesma tranqüilidade, ela continuaria assim até quando?
Não se dizia imutável, e ela então palavras não descreveriam aquela mente, se perguntava diariamente se conseguia imaginar como ela pensava, e nunca fazia ideia, e sendo franco, nunca saberia, e ai cairia em mais uma de suas máximas, por isso ela continuava incrível.
E assim com o passar dos dias, por vezes sentia um distanciamento por vezes não, e não sabia como perguntá-la e se devia, talvez fosse normal, contava um pouco com a sorte também, já que a memória apenas guardava momentos e não dias inteiros.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Medo.

A mesma melodia tocava, seguidamente, não sabia ao certo quantas vezes tinha apertado o botão para começar tudo novamente, trocaria qualquer boa memória para não passar por aquilo novamente. Uma troca fácil e nada simples, enfim, sabia cada letra de cor, e infelizmente ou felizmente aquelas palavras sempre lhe faziam sentido, optava pela primeira opção, era uma de suas músicas favoritas de todo o tempo e não possuía ela, justamente para não escutá-la quando não precisasse, ele tinha que ir atrás dela.
Mesmo fazendo sentido, não concordava com uma palavra, apenas a última frase que que tinha um certo respeito mesmo fora do contexto “E não sinto que quero morrer ainda”.
Claro que era ridículo, não viveria nem morreria por amor, a não ser o próprio, que a propósito não via a algum tempo e até então não tinha sentido sua falta, provavelmente conseguisse viver sem isso.
Alentos vinham de praticamente todos os lados, menos do qual realmente importava para si, certo ou errado continuava nisso, insistia das maneiras mais erradas possíveis, mesmo com o tempo a experiência adquiria ao longo dos anos parecia escorrer por entre os dedos enquanto tomava qualquer tipo de atitude.
Naqueles dias dificilmente sairia da cama, ali deitado milhares de pensamentos corriam sua mente e inevitavelmente ela era fator recorrente desses pensamentos, a aquela indiferença por fim o assombrava. Ele não tinha para si a posse de ninguém, qualquer pequeno pedaço dela então seria loucura, pateticamente seguia nessa, faltava-lhe argumentos quando tinha muito a dizer, deixava que o silêncio preenchesse um espaço muito importante a cada conversação, e não era necessário comentar que aqui o medo se alojava também, não tinha consciência de que o medo nada era nada saudável, mas esperá-la lhe fazia tão bem.
Não tinha em mente recomeçar, nunca lhe passou pela cabeça, não era tão sonhador como parecia, se convencia por si só, toda aquela sedução era válida, queria viver e não mais voar à toa. Podia dizer sem medo confiava no seu egoísmo apertaria aquele botão novamente e a musica certamente recomeçaria, a noite seria desperdiçada em vão, a insônia era sempre mal recebida mas por enquanto ela era única certeza de companheira para suas noites.