quinta-feira, novembro 12, 2009

Balcão.

Ele assentiu com a cabeça, preferiu não utilizar palavras, pegou o copo e o virou, álcool dificilmente fazia efeito nele, era de família, pelo pouco que lembrava dela. Como esperado ela estava corada, sua pele clara reluzia tons vermelhos noticiando a fraqueza que a bebida lhe proporcionava era claro que ela não estava acostumada com aquilo. Achou melhor e mais fácil não perguntar por que ela estava bebendo, sentiu por certo a perguntar se queria outra dose. Ela não o escutou estava estática olhando para a rua, o efeito rápido do conhaque tinha levado por hora a sua sobriedade. Ela se virou disse que não, mas uma cerveja lhe cairia bem, e pediram ao mesmo tempo. Um quê de riso ameaçou aparecer em sua boca, mas teve certeza de que não era o momento certo, estava preocupada, nunca tinha notado esse ar de tristeza em seus olhos castanhos, nem claros eram, mesmo assim não tinha a capacidade de parar de olhá-los fixamente. Ela suspirava a cada gole, seu egoísmo ainda reinava, tomava seu copo em puro silêncio, ela por sua vez parecia estar mais calma, revelou seu estresse, tinha sido demitida. Foi um tiro, saiu direto dos lábios dela e atravessou sua cabeça, achou estranho o coração reagiu de maneira normal, mas sua razão tinha ido por água abaixo, não sabia mais se a veria e sim, não sabia ao certo da razão disso, mas se importava.
Nesse meio tempo notou quanto de si mesmo tinha mudado em detrimento à ela, e mal se conheciam, a única coisa que podia afirmar dela era seu nome e que seu corpo lhe atraía demasiadamente. Por ela ficava em lugares lotados, era forçado a convivência humana, ás vezes até se divertiu, não, não era mais o mesmo, que lhe trazia apenas bons sentimentos. Sentiu que era hora de tomar alguma ação, jogou vinte euros no balcão se levantou e quando estava pronto pra dar as costas e sair, ela o segurou pelo pulso, fui pego ele pensou, e ao mesmo tempo teve certeza que ela pensou você não tem idéia, aqueles olhos não eram capazes de mentir.

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