quarta-feira, novembro 04, 2009

Aceno.

Era evidente que estava parado, estagnado em seu cotidiano, je déteste la technologie, gritou em alto e bom som, toda aquele revolucionário desenvolvimento tecnológico só lhe transparecia que não estava vivendo a sua vida, sentia que todos a sua volta, sem exceção estavam estavam tendo momentos maravilhosos e únicos. Tirou o microcomputador da tomada, olhou a sua volta, se viu num amontoado de coisas espalhadas pelo chão, viu que não pertencia mais ao lugar, tinha perdido o controle. Levantou a persiana, que já não fazia desde de que tinha instalado a uns dez anos atrás, a luz veio como flechas dentro de seus olhos. Não reagiu, deixou que todas entrasse, e foi cego por alguns instantes, valeu a pena, era notável a vista que ele havia abdicado, além do panorama urbano percebeu que tinha vizinhos, na edificação frente a sua, existiam pessoas e varandas, uma a cada a andar, duas mulheres conversavam por lá quando o notaram levantando sua persiana que fez papel de parede por tanto tempo, elas lhe lançaram um sorriso, mal pode disfarçar sua surpresa, mesmo desajeitado levantou uma das mãos e fez um aceno envergonhado, elas deram um certo riso e voltaram a conversa. Constatou de fato estava preso numa realidade alternativa, surreal para ser definida com mais clareza e se indagava demais, pra tudo, antes de toda e qualquer ação, percebeu então que a vida não é simplesmente um jogo de adivinhação.

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