quarta-feira, outubro 21, 2009

Transtorno.

Totalmente desestimulados subiram ao palco, atuaram como nunca, péssimos, diziam todas as críticas jornalísticas do dia seguinte. Seguiam como atores, e aproveitavam da publicidade negativa para atrair novos espectadores, não podia ser tão ruim quanto diziam por ai, podia?
Desesperador, era a palavra que melhor descrevia o momento de ambos, que por simples ironia continuavam implicando, a casa de teatro só não os mandavam embora por falta de peças interessadas, custava mais caro a limpeza após de casa peça do que a renda obtida dos ingressos. Era toda quarta-feira cerca das dez horas ou até que dez pessoas comparecessem, não tinham texto, um certo roteiro tinha sido feito uma vez, mas nunca mais lido, a peça nascia e morria ali naquela noite, e sentimentos reais eram falados sem se policiar, cenário, figurino? Nunca, ambos sempre se apresentavam com roupas do corpo e ás vezes somente com partes intimas, o mais importante era mesmo a sensação de realidade causada.
E todos esperavam até o fim, sempre perto de duas horas, com acréscimos dependendo da intensidade de ambos, no fim estavam suados, cansados, e sempre com leve sorriso no canto dos lábios.
Ah como ela gostava dessa feição, fazia questão de repetir toda semana todo esse ritual, mesmo acompanhada de seu amado, não era fácil ficar o tempo todo acompanhando vinte dois homens correndo atrás de uma esfera.

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