quarta-feira, junho 29, 2011

Cortina.

Já tinha passado da meia noite, o que tinha em mente era não entrar em contradição, o tempo brincava com a ferida, o que restava dele ali?
Navalhas não fariam um estrago sequer comparado aquele peito, a lua ria de tudo isso acima deles, não era questão de movimentos e sim de sentimentos, o peso continuava ali, nenhum conselho servia, nenhum outro caso se aplicava.
De companhia só a chuva, fumaça saía de seu nariz era apenas o frio, ele também estava presente por ali, fato, sua memória era péssima em vários aspectos já em outros preferia nem comentar.
Nostalgia é negar que o presente é aceitável, é mergulhar entre memórias e eventos que nunca ocorreram daquela forma e mergulhar de olhos fechados em algo bom, nela.
Nem por isso tinha mais o orgulho em declamar que fazia isso, mesmo nunca parando de fazer.
Podia relaxar mais sim, mas ficava imaginando demais, não era feliz em tudo que fazia ou podia fazer, mas o que sentia era verdadeiro, mesmo querendo se estrangular ou simplesmente rir o dia afora, pensava como o coração acelerava cada vez que ela segurava em suas mãos e ali, e ficava pensando, se ela era capaz de despertava sempre sentimentos novos e ao mesmo tempo sentia medo e coragem à seu lado como ele sempre conseguia ser repetitivo, previsível e patético.
Queria te ver, sentar, conversar deixar o tempo passar, tirava os fones de ouvido e fitava o silêncio, deixava a cortina fechada desde então e sabia que se privar de tudo não levaria a nada, continuaria assim mesmo assim e entre um sonho e outro viria algum decente.

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