domingo, maio 01, 2011

Dia.

Nem fazia tanto sentido o tanto que esperava, embaixo da chuva já estava a mais de uma hora, ali mais de cem rostos aparentemente mais preocupados que ele, tantas histórias, necessidades e problemas em cada expressão naquela esquina ele mal podia dizer que estava triste.
Não via sentido em se expressar, apesar de todos terem um guarda-chuva ou estarem sob algum teto ele era indiferente, estava ali se molhando sem receio e arrependimentos. Engraçado quando já sabia de cor todos os ônibus que iam passar antes do que ele necessitava, lógico que em alguns dias, a maioria deles, não pegava o ideal e andava o resto do caminho, o ideal quase nunca chegava, sempre demorava mais que uma hora, ficava sempre confuso entre esperar e desfrutar dele ou ir em qualquer um e adiantar sua vida.
Quão bagunçada estava aquela vida e sua mente, os dias passavam bem, sempre corrido, por mais que tivesse inúmeros problemas o silêncio e a reflexão os resolviam, porém pela noite pensar nela era irremediável, girava, trocava a parede, mudava o foco, fechava e abria os olhos e nada parecia resolver, a sensação dos lábios dela, o calor das mãos, o brilho dos olhos, não tinha um dia sequer que se dizia tranquilo e que dormia para começar outro dia melhor.
Em si era somente desencontro, não definia nenhuma linha de pensamento ficava fácil se perder em sentimentos e memórias, queria voltar ao que tinha, queria mais do que tinha, enfim queria ela, mas tinha chego ao um ponto que não sabia mais se não a conhecia de verdade mas se ela tinha mudado esse tanto. Ao ponto de efetivamente não saber mais se aquele ônibus passava ou naquela esquina maltratada e esquecida.

Nenhum comentário: