sábado, maio 07, 2011

Andar.

Tinha isso em seus planos há um bom tempo e justamente por isso não achou que ia demorar tanto tempo pra perceber que não dá pra amar sozinho, insistir no desamor não chega a ser inútil, mas passa longe do gratificante.
O nome dela estava em todo lugar, na janela, na rua, na lua, e só nesses dias tinha percebido que a lua era nada além de uma vírgula no céu, não foi mais longe, semiótica naquela semana somente lhe traria mais problemas.
Já era estranho não poder mais chamá-la de amor, parava por ai, a parte de nem poder somente chamá-la nunca esteve dentre seus planos, sempre falhos.
Mais que reaprender a andar, amar, nunca entendeu disso direito, a máxima dos seis meses sempre reinava. Não estava satisfeito com muitas coisas em sua vida, ela não necessitava de uma reavaliação já que aos poucos apaziguava tudo, com muita atenção no "aos poucos". Nunca devia ter se calado diante dela, acreditava tanto na mudança que ele acabou mudando, sem perceber não correu riscos, não se deixou levar pelas vontades e princípios, enfim não era mais ele, a quanto tempo não sorria antes de dormir? Mal tinha tempo de pensar em algo antes que os olhos fechassem e ali uma hora ou outra ela apareceria. E sempre era bom, o martírio era acordar, mesmo sem cogitar viver no mundo dos sonhos aquelas cinco horas sempre lhe traziam mais soluções do que problemas, mesmo saindo mais cansado do que antes de deitar.
Limpava a cara, deixava a água quente escorrer por todo seu corpo, trancava a porta com dois giros na fechadura e saía, nada seguro perto dos quatro giros que o seu coração tinha dado.

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