quinta-feira, maio 19, 2011

Catraca.

Aonde mais se afundaria, não chegava ao fundo de nada, começou tudo e terminou nada, estava virando questão de orgulho.
Ajeitava as luvas, lavava o rosto por uma última vez e saía, acreditava estar longe de qualquer conclusão, algum dia talvez as coisas fossem como ele quisesse, algum dia e até lá seguiria se adaptando, se moldava feito água a tudo que lhe era proposto, de fato tinha preferências que ficavam em segundo plano, e eventualmente sairiam debaixo daquele tabele.
Catraca, curva, chocolate quente, marasmo. Belo resumo de suas semanas, os cliques só serviam pra os distrair das músicas novas, conversas vazias e esperanças dissimuladas. Nem tão belo quanto céu, mas aquela tela tinha tudo, respirava o mundo por ela, invejava aqueles do velho continente, colocava isso em sua cabeça. Se preocupava com todos tão superficialmente que não tinha coragem de efetivamente dizer isso.
De doce só o vento cortante, a garoa insinuava novos tempos, por baixo do casaco e das camisetas tudo estava parado, nada batia, não sentia nada, talvez fosse o frio, e nem pensando sobre o clima.

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