sábado, abril 23, 2011

Calor.

Nada como a água do mar, areia por todo o lado, só o barulho das ondas, nada disso fazia efeito nele, uma camada de insensibilidade reinava em si, olhava para os lados, só o horizonte ali no meio de dezenas de pessoas lhe fazia um pouco de sentido, além mar tudo parecia novo, novos problemas era disso que precisava.
Já era capaz de sorrir, bebia os problemas para longe, estava cansado de copos cheios e pessoas vazias, como o poeta da rua dizia.
Sempre calor, sempre quente, acelerava o passo, corria por ai, era o única maneira do coração bater mais forte naquela semana, e ele ainda respondia bem, o pouco que conhecia da endorfina passava por ele, sensação enfim boa, tinha muitas marcas em si, tudo isso e não tinha mais nada.
Pode ser que exista alguém no mundo que possa explicar o vazio que preenche o corpo, uma pessoa que exemplifique em uma receita básica que efetivamente funcione. Não acreditava mais que só um amor cura outro amor, no entanto a premissa que diz que quem chora agora ri depois ainda parecia sensata.
Desacelerava o passo, não agüentava mais correr o quanto corria com dezessete anos, mesmo assim ainda ia longe, disso tinha certeza.