quinta-feira, dezembro 10, 2009

Pena.

Se entregava facilmente a qualquer estímulo carinhoso, para ela não existia qualquer tipo de relação afetiva entre as pessoas que fossem duradouras. Isso não existe, com isso vinham a incapacidade dela de se manter em qualquer relacionamento, não conseguia se contar com a idéia de que seria de um só, mas não sentia isso pelo prazer de possuir várias pessoas, mas sim pela administração do tempo no qual ela mesma seria possuída. Era estranho como se entregava facilmente, bastavam cinco minutos, um olhar diferenciado, uma menção de união de corpos, se transformava em libido.
Homens à sua volta a primeiro momento se apaixonavam e sabiam que a distância de um ato a teriam por completo, no entanto sempre existe o peso da decisão que deve ser tomada. Continuar naquilo e aceitar a moça tal qual ela é, ou abandoná-la abrindo mão de tudo que ela proporcionava de maneira tão fácil, rápida e descartável. Muitos não se decidiam, volta e meia a ligavam, perguntavam sobre, e ela sabia ser usada, não suportava essas pessoas que faziam pouco esforço para tê-la. distância sim era um problema para ela. Simplesmente não entrava em sua cabeça a idéia de se guardar para alguém que se goste só porque essa pessoa estava longe, não fazia sentido algum, a vida é o que se leva dela, viver a cada minuto, e muitos outros slogans de produtos no mercado lhe faziam sentido sim, viva pouco e bem era seu dogma pessoal. Uma afirmação absoluta que não poderia ser contestada, mas ao vivo a coisa era outra, não importava quem, era simplesmente fácil.
Até o ponto que tinha perdido esse certo prazer, que era o único que tinha em vida, de um momento para outro, aparentemente sem motivo especial, não sentia mais a mesma vontade, precisava de alguém, que estivesse a seu lado, alguém que a escutava, dos mais profundos pensamentos às mais puras tolices, uma pessoa que risse quando ela chorasse e que lhe dissesse que a vida é assim mesmo, pessoas mudam, crescem, se tornam incoerentes a cada minuto, mas dentro de si seguem uma conduta eudaimonista, bem próprio em primeiro lugar, uma vida que vale a pena ser vivida por ela mesma e explicação em si.
Nesse exato momento, não existia ninguém ao lado dela, beleza e prepotência não eram tão atraentes na escolha da pessoa que acordará à seu lado todos os próximos dia de toda sua vida.

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