sexta-feira, dezembro 04, 2009

Agradecimento.

Ele previa o tempo ruim que estava por vir. Sabia da partida dela, ergueu seu copo e o virou com convicção, com aquilo lhe trazia conforto momentâneo, prazeroso. E de forma tão voraz devorava copo atrás de copo, era ali que suas tristezas se somavam em esquecimento lhe dando ar para respirar, mesmo que empurrando por pouco que fosse o desespero que o sufocava de forma implacável, acontecia de forma didática.
Era começo de Agosto, nesse mês não sabia porquê, sempre aconteciam reviravoltas em seu universo, para bem ou mal era algo, não conseguia ser indiferente em relação a isso, ela tinha ido embora, de fato não tinha ficado tão abalado assim. Claro que não era capaz de demonstrar o que sentia de fato, era uma torre, uma fortaleza inatingível, mas dentro dela era exatamente assim, porém não conseguia agir de tal forma, e sua incoerência o irritava diariamente, era claro que não conseguia manter perto de si quem realmente gostava.
Sabia que por parte dele, nada mudaria tão cedo. Tinha forte aversão à mudanças rápidas, era metódico. De certa forma fazia tudo sempre igual, e sua rotina uma vez incorporada levava meses para ser modificada,não fazia diferença, conseguia moderá-las melhor assim, talvez questão de preferência, ou não.
Aquele mês, não soube como, começou da mesma maneira de sempre, broxante, até que um dia, se viu encurralado. Era aquela hora que tinha pra agir, e como se ajudado por alguém foi, nunca conheceu o arrependimento.

Agradeço a Celso Cruz, no começo desses seis meses, já existia o lugar, já havia uma idéia, faltava o empurrão. E como faltava.

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