terça-feira, dezembro 01, 2009

Ninguém.

Fascinante, seus olhos brilhavam no escuro, lhe disse em tom mais que carismático. Não se chegava a nenhuma conclusão, e brincava com as pessoas dessa maneira. Não se importava em consequências e não media esforços pra ser único. Se perdia em devaneios, perguntava sempre sobre a existência ou não do inferno, além e afins.
Ela havia gostado do elogio, gostava de elogios, sorria alegremente com qualquer mostra de afeição. Suas mãos se tocaram, era claro, ele não estava lá, algo estranho e caloroso, tinha certeza de que ele não estava ali. A presença acontecia de um meio mecânico, sem afeto, justo e exclusivamente por questão de necessidade.
Ele teve certeza de que ela tinha percebido, nada fazia, carinhosamente seus dedos permaneciam entrelaçados. Sabiam que estavam se enganando há algum tempo, mas inexplicavelmente parecia que preferiam que continuasse assim, era mais verdadeiro de tudo que já tinham vivido, ninguém conseguia enganar ninguém, era tudo claro e simples e extremamente perene.

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