quinta-feira, julho 21, 2011

Notícia.

Não tinha nada de errado com ela, ele que era uma péssima companhia, sabia que algo estava errado e deixava passar, não sabia como agir e deixava que o tempo resolvesse. Portanto não se fazia necessário, via a felicidade transparecendo sob o rosto dela, sabia que tinha dúvidas, problemas e mesmo assim ficava de mãos atadas e como num jogo de cartas marcadas sabia bem onde tudo terminaria, desespero e péssimas memórias de sua omissão, prazer esse era seu cartão de visitas.
Virava copos tão rápidos quanto as catracas do metrô, mas nada girava, lia seu nome em tantos lugares que tinha horas que simplesmente aceitava a loucura, não pensava em compartilhar isso  com ninguém.
Tudo fazia sentido, nela que pensava, ela era quem via, mesmo em outros rostos, ninguém conseguia com exatidão roubar aquelas qualidades, só sua loucura impunha esses contrapontos a razão.
De amor pra amor, a porta não abriria, não haveria mais olhares, ninguém se envolveria, quem haveria cansado e abusado da regra onde menos vale mais? De primeira vez, ele tinha derramado as lágrimas, com o passar do tempo sabia que não haveria perdão que não cansasse de perdoar.
Com a maçaneta trancada e as janelas abertas sentia um pouco da liberdade, olhava os aviões pela noite, longe, alto, tão cheios de razão, com a vista panorâmica podiam desdenhar de qualquer aventureiro perdido, afinal o amor deveria ser mais que lágrimas e remorsos, só precisava disso, uma boa notícia.

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