terça-feira, outubro 05, 2010

Vírgula.

Passam anos, e ele ainda parece o mesmo garoto, comete erros similares, se entrega fácil as mesmas pessoas, solta o que não devia e não fala quando necessário, até quando continuaria imaturo desta maneira?
Por mais ridículo que pareça se dava melhor com algumas pessoas em determinadas épocas do ano, em certos meses sabia que mesmo sem fazer nada eventualmente se daria bem com aquela pessoa, ao conhecer pessoas novas sentia que talvez essas também podiam se adequar a esse espectro. Pensava isso em seu banho matinal, foi quando se deu conta, que bobagem.
Desligou o chuveiro alcançou a toalha e enxugou o rosto, saiu dali como sempre, muitos pensamentos nenhuma ação, aquele sábado seria diferente, não diria mais não as pessoas, contanto que ficasse claro que também não correria atrás de ninguém e claro que essa parte de não dizer o não ficaria consigo também.
Colocou aquela mesma calça jeans de sempre, não era a mais velha tampouco a mais nova, a barra beirava o chão e por isso estava desfiada, claro que não se importava. Quase derrubou a xícara e derramou um pouco de chá por entre os dedos, estava quente como de costume, suspirou um pouco mas a dor foi passageira, pelo relógio já eram quase dez e meia da manhã, o sol custava a brilhar e a cidade continuava cinza, nada mal pensou consigo mesmo.
Nada de sair as ruas, aquele dia era somente seu, escolheu dentre seus vídeos um show qualquer de uma banda qual sabia todas as músicas, deixou tocar, e da maneira que estava, voltou à cama, fechou os olhos, e acompanhou cada vírgula da música, se o perguntassem se queria sair dali, relutaria veementemente simplemente bocejando solitário: “Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão, e que esteja ao seu lado, seu grande amor”.