Desigual, podia definir assim suas atitudes e ações, melhor acreditar que não podia ser diferente, diante de um novo afeto se fazia indiferente até conseguir o que queria, dali pra frente tudo terminava em ruínas. Elas não voltavam e ao longo dos dias ele mesmo não esperava por isso, se acostumou com a solidão à sua maneira, tinha o que precisava em seus livros, copos e sua janela.
Fitava a rua e assim ficava por horas, carros carros carros e silêncio, não mudava muito ao longo do dia no entanto passava bom tempo ali sobre o cruzamento.
Em dias assim mesmo olhando para o movimento podia se dizer que não via efetivamente nada, estava distante, cego em pensamentos. Ia e voltava, abria e fechava tópicos sem nenhuma preocupação, dialogava sozinho em sua mente, claro que ela repetidamente era recorrente lembrada, sua voz, cabelo, olhos, e em cada comparação ela se sagrava vitoriosa, mal ela sabia de seus próprios dotes, ele não esquecia sequer de um e os existentes mesmo enviesados eram máximas para ele.
Tudo naquela noite parecia ser exatamente igual, parecia e foi, ano após ano não conseguia estar satisfeito independente do que estava vivenciando. Não era uma preocupação em si, mas continuava pra baixo, tão baixo quanto seus pensamentos.
garage fuzz "definitively alive" dvd + cd
Há 14 anos
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