domingo, junho 06, 2010

Dotes.

Desigual, podia definir assim suas atitudes e ações, melhor acreditar que não podia ser diferente, diante de um novo afeto se fazia indiferente até conseguir o que queria, dali pra frente tudo terminava em ruínas. Elas não voltavam e ao longo dos dias ele mesmo não esperava por isso, se acostumou com a solidão à sua maneira, tinha o que precisava em seus livros, copos e sua janela.
Fitava a rua e assim ficava por horas, carros carros carros e silêncio, não mudava muito ao longo do dia no entanto passava bom tempo ali sobre o cruzamento.
Em dias assim mesmo olhando para o movimento podia se dizer que não via efetivamente nada, estava distante, cego em pensamentos. Ia e voltava, abria e fechava tópicos sem nenhuma preocupação, dialogava sozinho em sua mente, claro que ela repetidamente era recorrente lembrada, sua voz, cabelo, olhos, e em cada comparação ela se sagrava vitoriosa, mal ela sabia de seus próprios dotes, ele não esquecia sequer de um e os existentes mesmo enviesados eram máximas para ele.
Tudo naquela noite parecia ser exatamente igual, parecia e foi, ano após ano não conseguia estar satisfeito independente do que estava vivenciando. Não era uma preocupação em si, mas continuava pra baixo, tão baixo quanto seus pensamentos.

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