quinta-feira, junho 24, 2010

Justiça.

Claro que era mais fácil simplesmente virar e falar tudo o que sentia, mas isso simplesmente não teria efeito, nesses últimos anos vinha de tempos em tempos mostrando seu descontentamento, parecia nada a adiantar, por vezes achava que estavam mais próximos mas na mesma semana esse sentimento ia por água a baixo. O certo é que nenhum dos dois sabia ao certo como agir e se devia agir, ele principalmente.
Notável como era simples notar que quando ela falava ele só conseguia admirá-la, lhe falta ar a a maneira que seus lábios mexiam, a suavidade de sua voz, os movimentos dos olhos em harmonia com os das mãos. Em sua cabeça só podia ser ela a mulher de sua vida, mesmo assim era sensato. Se só ele sentia isso aparentemente ele não a merecia, por mais que isso o machucasse demais parecia ser a verdade e o mais justo.
Odiava essa justiça mais que a distância entre os dois, porque assim sabia que não fazia sentido morrer de amor por alguém que não sinta algo parecido por si, e sabia que o inverso disso também era verdade pois estivera do outro lado algumas vezes e agiu da mesma forma que da qual estava sofrendo, e demorou muito tempo para perceber isso.
Se esqueceu que a alegria da vida era simplesmente se abrir, novas ou velhas experiências não importavam muito o importante era vivenciá-las, rir e amar com quem seja, o sorriso sim era importante, o sorriso havia ido embora a muito tempo e sem previsão de volta, infelizmente.

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