quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Porta.

Perdia a noção de espaço e tempo, surtava, ele não era assim, porque insistia nisso? A televisão continuava desligada a mais de um mês, só servia naquele quarto para acomodar a poeira por ali, de resto tudo era usado, só havia a cama e janela de sobra também.
A janela em si era a mais importante de tudo, de nada serviria a cama num cômodo fechado, sem ar, sem vida. Consequentemente surtaria mais vezes se não pudesse assistir as luzes indo de um lado para o outro naquela avenida, não necessariamente precisava daquilo para pensar, mas era um ótimo estímulo.
As tarefas aos poucos iam se empilhando na sua cabeça, mal administrava seu tempo atual, tudo que via ou escutava parecia ser algo bacana para se engajar, preferia lidar com o tempo desta maneira, descompromissado e ao mesmo tempo comprometido com várias coisas.
Então seria óbvio que talvez o pensamento nela perdesse um pouco de espaço na sua cabeça, óbvio mas errado, como sempre. E enquanto o pensamento existisse como um estímulo, tudo bem. Do contrário teria que redefinir suas metas e projeções, não que tivesse muitas, o que queria deixar claro afinal é que mesmo ela dando voltas, ia e voltava, ele tinha o peito com a porta aberta para ela, só bastava ela entrar e ficar.

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