terça-feira, fevereiro 01, 2011

Avalanche.

Papéis estavam jogados por todos os lados, não estavam preenchido com melancolia dessa vez, achava que não, empilhados faziam companhia aos cadernos e por sua vez ao chão, péssimo contraste com o piso branco do quarto pensou, arrumou tudo e os jogou de uma vez dentro do armário, ali pelo menos não os olharia tão frequentemente e só daria atenção na hora certa.
O despertador rugia repetidamente, o dia não podia esperar mais para começar, assim que se levantou o sol já estava lá o esperando, o chuveiro sempre mais quente ou mais frio que o necessário só o desanimava mais para aquele dia.
No mais se entregava a si mesmo, qualquer hora era agradável para que pensasse nela, puro egoísmo, não era nem dono de si e tinha pretensão de um dia tê-la, não literalmente, o que estava fazendo lá o tempo todo, tinha perdido todo o controle, e sem notar sua vida tinha se transformado numa avalanche.
Emocionalmente não lidava melhor com seus sentimentos do que quando tinha dezessete anos, talvez por hora fingisse melhor, e com o passar do tempo via que talvez nem isso. Não tinha mais amarras, falava sempre que precisava e isso sim lhe fazia um pouco melhor, não mais correto ou experiente porém.
Se deixava perder na maioria das noites, limites que tinham sido impostos por ele mesmo tinha ido embora junto com o alaranjado da tarde.
Agora já era noite, de volta ao mesmo lugar que o dia havia começado, pra variar nada tinha mudado muito, esperava que no fundo isso não fosse verdade, e que a cada dia mudasse muito e que cada ato valesse, não era nada, nem livre, e sabia que preocupação não trazia tantas glórias assim.
Acertou novamente o despertador e o deixou bem perto dos ouvidos, quem sabe ele não trazia uma notícia boa pra variar em meio ao caos dos rugidos.

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