sábado, novembro 20, 2010

Cor.

Agora que todas as máscaras caíram por terra, o que mais sobrou dos dois? Ninguém arriscava algum palpite, tampouco os dois, ou melhor, diziam que nem pensavam nisso. Claro que ele falava da boca pra fora, não era simplesmente tão frio a ponto de não pensar nas consequências de tudo que estava fazendo.
Era horrível, um peso contraditório, de um lado tinha tudo que queria, mas com isso vinha a toda milhares de sentimentos e medos que não contava ao longo do tempo, o medo voltou a ser uma constante em sua vida, e como isso era bom.
Fingir que não tinha as cicatrizes do passado, e todas as dores tinham saído de seu corpo não era fácil, elas permaneciam ali, não entrariam em evidência em hora nenhuma, normal pensava consigo, até porquê não tinha mais o que falar, tudo que precisava ser dito tinha sido, mesmo assim memórias não se esvaem tão rápido quanto os copos de cerveja que aleatoriamente regavam seus fins de semana.
Não tinham mais uma música em comum, mas todo uma infindável quantidade de álbuns a ser explorados, shuffle talvez não fosse a melhor escolha para todos, pra eles talvez fosse a única certeza, melhor dizer talvez com certeza do que ter uma máxima incerta.
Era claro que não era só isso que aproximava os dois, a única mentira que contava pra ela era quando dizia que não sabia o que ela tinha de especial, sabia de cor e podia passar horas enumerando suas qualidades, só não queria deixá-la tão convencida disso e que fosse procurar alguém melhor para si mesmo do que ele.

Um comentário:

a l i n e disse...

"e que fosse procurar alguém melhor para si mesmo do que ele."
Ridicularizo isso de tanto que eu falo.