terça-feira, setembro 14, 2010

Magnitude.

O disco começava mais uma vez a tocar a mesma música, não fazia menção nenhum em trocá-lo, ela gostava tanto daquele som, mesmo não estando ali com ele a trilha continuava.
Parou um instante pra pensar a quanto tempo o mesmo som estava lá, a mais de dois anos, diferente das outras não tinha poucas lembranças físicas consigo, como roupas, brincos e outras coisas, não que colecionasse isso ou gostasse, mas marcavam, ela simplesmente marcava pelo gosto, não só por isso, claro que o sorriso impecável aliada a simplicidade e inteligência não passavam batidos por sua memória. Uma mistura de qualidades e defeitos impressionantes ou como preferia descrever apaixonantes. Gostava de lembrar de Vinícius e Baden, de nada adianta amar uma mulher linda, sem complexos, dúvidas, tristezas, que chora e sente saudade, assim como ele, que de nada sabe efetivamente, o que seria o certo e errado passavam longe de sua racionalidade, ainda não era possível chamá-lo de passional, mas evidentemente cometia momentos dessa magnitude.
A tristeza tinha que ser inerente de todas as relações, simplesmente acabava com todas as que não continham esse fator em questão de dias, um certo medo, aquela sensação de posse nunca pode realmente existir, saber que tem que conquistar a cada dia, e amar de uma maneira diferente a cada olhar. Não enganava ninguém quando sabia que as coisas não iam desta maneira, carinho e perdão não deviam andar de mãos dadas mas pelo menos devia morar ambos na mesma rua.
O problema das pessoas não era falar demais, nem pensar somente em suas próprias futilidades, a verdade é que mais disso devia ocorrer, ver simplesmente o que faz bem pra si e ela e depois, leia nunca, ver o que faz bem para os outros que permaneçam fora dessa relação, entre os abraços, beijos e até mesmo no sexo o bem estar deveria reinar sempre, era culpado em alegar tudo isso e saber que em certas partes do seu passado esqueceu e negligenciou essas máximas que ele mesmo tinha proposto, não se desesperava também, lembrava de um trecho de livro que sempre o fazia sorrir, “Vai ver você tem Alzheimer e não lembrava”

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