terça-feira, julho 27, 2010

Alívio.

Chega aquela época da vida em que todos parecem ter definido seu futuro, largaram suas casas e foram atrás de outro lugar pra ter algo que possa ser chamado de seu, a vida provavelmente começa nesse momento. Muitos se engalfinham por ai afora e tem alguém pra chamar de seu, ele mesmo não tinha aquela sorte. Os amigos de infância vão ficando cada vez mais para trás e a seriedade chega levando para longe o descompromisso da juventude, tudo se acerta um dia, pensávamos, e é certo que o futuro não reserva muito disso.
Ao entardecer daquele dia soube que seu próprio rumo não seria o mais o mesmo, não que tivesse um foco e alguma coisa planejada, tinha porém uma lista de nomes que com a qual pretendia continuar junto, essa lista nunca poderia estar certa.
Aquisições diárias e um dinamismo impressionante traziam um ar misterioso à velhice, sabia que ao passar dos dias conhecia mais pessoas e seu leque de possibilidades ia aumentando regularmente. Era saboroso sim por assim dizer essa sensação de poder frente ao desconhecido, porém era óbvio que isso não lhe trazia felicidade.
Defina felicidade, mais um problema em sua pequena existência na Terra, sabia reconhecer em memórias esse substantivo mas não conseguia projetá-lo e dizer o que seria num futuro próximo.
Repetição delas talvez trouxesse certo alívio imediato mas não era  resposta, de reprises vive o amargurado, se sentir assim por meses não era nada saudável.

Um comentário:

Ana. disse...

Imagina sentir-se assim por anos..