sexta-feira, agosto 05, 2011

Neve.

A música nem lhe ajudava mais concluir raciocínios, era um mar de catarse para todos os lados, de vários momentos de sua vida, nem achava mais possível tudo convergir daquela maneira.
Dormir voltava a ser um arrependimento, será que nem lá teria paz. Ficava ativo até os olhos entregarem o jogo, brigava um tempo com eles, mas eles sempre venciam e ao apagar ela acendia em si, por um lado não era ruim ter a companhia mesmo que imaginária.
Com o jornal na mão começava a cogitar que talvez não houvesse outros sonhos, pessoas e coisas. Ficava agitado com essa idéia, mal lia as notícias, com os olhos cansados mal diferenciava o negrito do regular.
Tão certo quando achou que quilômetros eram mais frios do que a neve, hoje sabia ironicamente que a distância pouco importava e eles mesmos a criavam, nem sempre a mesma para cada um, conforme a vontade e necessidade latente, sempre assim.
Podia mais naquela noite, queria mais, os goles gelados de certa forma esquentavam o corpo, por momentos sorria feito uma criança, mesmo sozinho, mal pensava em tudo, estaria em casa em tempo e de verdade, nem tratava mais tudo com esperança só com solitude.
Em suas costas repousavam tantas razões de que nem podia mais se considerar certo ou errado, maniqueísmo ali seria em vão, demônios nunca entenderiam o “tudo por nada”. Faria o justo, como sempre o decisor de tudo estaria ali mais uma vez com ele, mesmo tremendo nunca fugiria dali de seu lado, esquerdo.

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